OPINIÃO: DULCE ÁLVARO PÁSSARO
Ministra do Ambiente e Ordenamento do Território
“Será complexo definir uma forma justa de repartiação dos esforços de redução de
emissões e desenvolver os instrumentos necessários para apoio à adaptação às alterações climáticas, como a transferência de tecnologias limpas e o combate à desflorestação.
Apesar destas dificuldades,Portugal e a União Europeia partem com um sentido
de optmismo realista para Copenhaga.”
Neste mês de Dezembro,Portugal junta-se amais de 180 nações num dos maiores eventos de política internacional a que a Humanidade já assistiu – a Cimeira de Copenhaga
sobre alterações climáticas.
A ambição do evento justifica-se,porquanto se pretende nada menos do que chegar a um acordo global sobre alterações climáticas que garanta uma resposta vigorosa e efectiva a esta ameaça civilizacional. A julgar pelas presenças confirmadas de cerca de 100 chefes de Estado e de Governo, será uma verdadeira Cimeira - o ponto alto de um processo negocial de dois anos que foi orientado pelo chamado Roteiro de Bali, acordado em 2007, durante a Presidência Portuguesa da União Europeia.
A ciência diz-nos que a janela de oportunidade para agirmos se está a fechar. Os próximos dez anos serão decisivos. Se não reduzirmos as emissões globais de gases que aquecemo planeta, a temperaturamédia global poderá aumentarmais do que dois graus até ao final do século. Umtal aumento de temperatura acarretarámudanças
radicais no clima do planeta.
Mais ondas de calor e incêndios florestais,maior erosão costeira e aumento de períodos de seca são alguns dos efeitos que as alterações climáticas
poderão trazer a Portugal.
Os principais desafios para Copenhaga passam por três objectivos: a redução
ambiciosa das emissões de gases com efeito de estufa, a melhoria da
capacidade de adaptação das nossas sociedades a um clima diferente do
actual, e a identificação de recursos financeiros e tecnológicos para que todos
possam contribuir para a transformação da economia mundial numa economia
sustentável.
A atmosfera é um recurso partilhado e os poluentes atmosféricos não conhecem
fronteiras. O desafio das alterações climáticas é global e nenhum país
sozinho poderá conter o problema. Hoje, o perfil de emissões do mundo é muito
diferente daquele que existia quando foi negociado o Protocolo de Quioto, em
1997. A China é hoje o maior emissor global, responsável por 16% das
emissões globais. Seguem-se os Estados Unidos da América (14%), a União
Europeia (11%), a Indonésia (7%) e o Brasil (5%). É, portanto, um problema
para que contribuemtanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento, que partilham responsabilidades comuns, embora diferenciadas. Haverá que encontrar o
adequado balanço entre a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos pelas concentrações actuais de gases comfeitos de estufa, o
in: Diário Económico
9-12-2009
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