26.1.10

Copenhaga: ambientalistas acusam acordo climático de ser falsa partida

O Acordo de Copenhaga é uma falsa partida, um fracasso histórico, ignora a Ciência e guia-se por interesses nacionais, afirmam as organizações ambientalistas. Clique para ler mais sobre a Cimeira de Copenhaga.

 O acordo alcançado na Cimeira de Copenhaga "é uma falsa partida, está longe de ser justo e vinculativo e tem muitas lacunas", afirma hoje em comunicado a Quercus, a única organização ambientalista portuguesa que participou na conferência.
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O financiamento acordado, uma das questões decisivas das negociações da ONU, "representa menos do que os subsídios dos países às indústrias de combustíveis fósseis", prossegue o comunicado, que acusa os líderes mundiais de terem ignorado a Ciência e de se terem guiado principalmente por interesses nacionais.
"Na melhor das hipóteses estamos agora confrontados com um atraso mortal", que significa "uma tragédia desnecessária para milhões de famílias" dos países em desenvolvimento mais pobres.

A Quercus defende que os líderes mundiais precisam de repensar este acordo e resolver os assuntos pendentes antes de Junho de 2010. E considera fundamental que a UE se comprometa de forma unilateral com uma redução de 20% a 40% das suas emissões entre 1990 e 2020, "dado que a recessão económica reduziu significativamente os custos das medidas associadas".
Além disso, a UE deveria assegurar desde já uma segunda fase do Protocolo de Quioto para depois de 2012. Recorde-se que esta segunda fase está prevista no tratado, assinado em 1997.
Amigos da Terra: "desastre para os mais pobres do Mundo" O presidente da organização internacional Amigos da Terra, Nnimmo Bassey, diz por sua vez que o Acordo de Copenhaga "é um desastre para as pessoas mais pobres do Mundo" e um "falhanço abjecto" das negociações climáticas.
O dirigente ambientalista acrescenta que está "desgostoso pelo fracasso histórico dos países ricos em se comprometerem numa redução das emissões de CO2 que eles sabem ser necessárias, em especial os EUA".
Ricken Patel, director da Avaaz.org, acusa os EUA e a China de serem os culpados do resultado da Cimeira de Copenhaga. "Embora os dois países tenham algumas diferenças, partilham a mesma determinação em produzir um acordo fraco".
Este acordo "representa o colapso dos esforços internacionais para se assinar um tratado global vinculativo que possa travar as alterações climáticas catastróficas", conclui o dirigente ambientalista.
Um tratado legalmente vinculativo que os líderes políticos adiaram para o final de 2010, destaca também a Oxfam International.

in: Expresso 19-12-2009

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